sábado, 17 de outubro de 2009

Sinto Falta

Sinto falta. Não sei exatamente do quê, mas sinto. E muita.
Sinto falta das minhas amizades de infância. Não digo exatamente dos amigos, pois os amigos mesmo da minha infância ainda os tenho até hoje, mas sinto falta do tipo de amizade, como aquela que eu ia pra casa dela depois do colégio, voltava pra minha casa pra almoçar e depois ia pra dela de novo e assim ia o dia inteiro e no outro dia de novo e de novo.
Sinto falta de comprar três gamadinhos ou quatro balas por 10 centavos.
Sinto falta de poder dormir até tarde sem ter a obrigação de ir para o trabalho.
Sinto falta de não conhecer os prazeres da carne e logo não perceber a falta do mesmo.
Sinto falta de um amigo que há muito se mudou para bem longe e tenho que me contentar com a voz dele ao telefone.
Sinto falta de comer bolinhos de arroz da minha bisa avó nas tardes de semana. Sinto falta da minha Bisa-avó.
Sinto falta de ter um amigo a quem recorrer a QUALQUER MOMENTO, agora todos estão ocupados em algum momento do dia ou moram longe demais para eu recorrer.
Sinto falta de um abraço.
Sinto falta de não sentir falta, de não me importar, de não me sentir mal com determinadas coisas. Sinto falta de quando eu REALMENTE não ligava para muitas coisas bestas que agora, estupidamente, eu ligo e não sei o motivo, ou, na verdade, eu saiba e não queira acreditar. Sinto falta da minha mãe sempre comigo.
Sinto falta da Mídian de antigamente.
Enfim, não reconheço o mundo de agora, não reconheço as crianças de agora, tão precoces, quase não me reconheço em determinadas reações, e pior: em determinadas ações.

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